“Ela
dará a luz a um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu
povo dos pecados deles” (Mateus 1.21)
No último capítulo vimos que Deus
escolhe o seu povo, porém uma pergunta foi deixada no ar. Como Deus pode salvar
seu povo e continuar sendo justo? Talvez nem todo mundo tenha compreendido
porque o fato de Deus salvar o seu povo o tornaria injusto, por isso vamos usar
uma historinha para ilustrar isso.
Vamos imaginar que um assassino esta
de frente a um juiz, esse assassino desrespeitou uma lei do país onde ele
morava. Nesse país a pena para o assassinato era a pena de morte. Portanto se o
juiz é justo, se a lei do país diz que quem assassina deve morrer, cabe ao juiz
condenar esse homem a pena de morte. Porém imaginem que o juiz diga assim “Eu
sei que você descumpriu a lei, mas se você simplesmente se arrepender eu
declaro você inocente, porque eu sou um juiz misericordioso”. Perceberam que
fazendo isso o juiz não seria um juiz justo.
A Bíblia ensina que “a alma que pecar essa morrerá” (Ezequiel
18.4). Porém ao mesmo tempo há promessas de perdão em todo tempo na bíblia “Vinde, pois, e arrazoemos diz o Senhor;
ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata eles se tornarão brancos
como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã”.
(Isaías 1.18). Mas como Deus pode perdoar sem ser injusto?
Na carta do apóstolo Paulo aos
Romanos, o apóstolo responde essa pergunta: “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados
gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a
quem Deus propôs no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para
manifestar a sua justiça, por ter Deus na sua tolerância, deixado impune os
pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça
no tempo presente, para ele mesmo ser justo e justificador daquele que tem fé
em Jesus” (Romanos 3.23-26).
O texto citado anteriormente, não é
tão simples de se entender. Porém podemos entender que por meio de Cristo, Deus
pode salvar o seu povo e continuar sendo justo, porque Cristo pagou o preço,
sofreu a punição que merecíamos pelos nossos pecados “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um andava pelo seu
caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.” (Isaías
53.6)
Resumindo tudo que vemos até agora
podemos dizer que: O homem é incapaz de se salvar e de escolher servir a Deus;
o próprio Deus escolheu o seu povo; e Deus salvou o seu povo por meio da obra
de Cristo na cruz.
Compreendendo essas coisas, segue-se
necessariamente que Cristo não morreu por todos os homens da humanidade, mas
apenas por aqueles que desde a eternidade o Pai escolheu. Os teólogos chamam
isso de “expiação limitada”. Vejamos alguns textos que falam que Cristo salvou
o seu povo, que Ele salvou muitos (não todos), que ele deu a vida pela sua
igreja:
“Ela
dará a luz a um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu
povo dos pecados deles” (Mateus 1.21).
“com
seu conhecimento justificará a muitos, porque a iniquidade deles levara sobre
si... ...levou sobre si o pecado de muitos” (Isaías 53-11,12)
“a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio
sangue.” (Atos 20.28).
“Como
também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,” (Efésios
5.25).
Podemos encontrar alguns textos
bíblicos que falam de Cristo salvar a todos, ou todo o mundo. Porém esses
textos não discordam daquilo que aprendemos até aqui, quando usamos a palavra
todos geralmente não queremos dizer todas as pessoas do mundo. Por exemplo,
imagine que você organiza uma festa de aniversário, e só falta um convidado,
você liga para essa convidado e diz: “Todo mundo já está aqui”, mas com isso
você não se refere a todos os habitantes do mundo. Na Bíblia esses termos
“todos” ou “mundo” se relacionam a todos os tipos de pessoas, de diferentes
raças, homens e mulheres, etc. “Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos,
porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de
toda tribo, língua, povo e nação” (Apocalipse 5.9).
Vamos supor por um momento que Cristo
tivesse morrido por todos os pecados de todas as pessoas do mundo, então eu lhe
faria uma pergunta: “Porque todas não foram salvas?” Você poderia dizer:
“Porque elas não creram”. Então poderíamos responder “mas não crer também não é
um pecado? se Cristo não morreu por todos os pecados de alguém como posso ainda
confiar na obra d’Ele?”. Dizer que Cristo morreu por todos é dizer que Cristo
não salvou ninguém, mas de acordo com o que já estudamos, é Deus quem escolhe o
homem, Cristo não se entregou a morte e esperou que aqueles que creem nele
sejam salvos, se fosse assim os homens não seriam salvos pela obra de Cristo e sim
pela escolha deles, nesse caso o homem agradeceria apenas a si mesmo por ter
sido esperto e ter feito a escolha correta e já vimos que o homem é incapaz de
fazer essa escolha. Como temos aprendido a Salvação é uma obra de Deus, e,
portanto Deus entregou Cristo, para morrer e salvar o seu povo apenas.
Vejamos mais um texto bíblico que
confirma isso que temos estudado: “Eu sou
o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas... Mas vós não credes porque
não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as
conheço, e elas me seguem” (João 10.11, 26-27). Nesse texto Jesus diz que
deu a vida pelas suas ovelhas, e que aqueles que não creem nele não são das
suas ovelhas. Cristo deu a vida d’Ele apenas pelo seu povo, de modo que somos
salvos pela obra d’Ele somente, todos aqueles por quem Cristo morreu serão
salvos, e um dia virão a crer. Cristo não morreu por aqueles que nuca virão a
crer n’Ele. Podemos ter certeza que Cristo não derramou nenhuma gota do seu
sangue em vão.
Aplicação
Aprender que a obra de Cristo foi
perfeita, muda o modo com o qual olhamos para sua obra, sabemos que a obra na
cruz foi perfeita de modo que salvou todos aqueles que foram escolhidos desde a
eternidade. Não devemos olhar para Cristo como um miserável que clama as
pessoas para crerem n’Ele, mas como o vitorioso que comprou o seu povo com o
seu sangue. “E a vós outro, que estáveis
mortos pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele,
perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de divida que
contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o
inteiramente, encravando-o na cruz; e despojando os principados e as
potestades, publicamente os expôs ao desprezo triunfando deles na cruz.”
(Colossenses 2.13-15). Tendo o conhecimento disso, sabemos que toda glória deve
ser dada ao “Cordeiro que foi morto antes
da fundação do mundo” (Apocalipse 13.8).
De que modo que aqueles que o Pai
escolheu desde a eternidade, pelos quais o filho morreu virão até Deus? É isso
que veremos no próximo capítulo.
Autor: Ivan Junior
Autor: Ivan Junior
Bem didático.
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