quinta-feira, 14 de junho de 2012

Guardados por Deus


Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória,” (Judas 24).

Até aqui vemos que o homem é incapaz de escolher a Deus, que Deus escolheu seu povo, os redimiu pelo sangue de Cristo e os transformou de modo que eles viessem a crer. Porém, após seguirmos a Cristo, não somos levados de modo imediato ao céu, há toda uma caminhada, uma peregrinação até o último dia de nossa vida. E essa caminhada, depende de quem? Será que depende de nós nos mantermos até o fim? Poderemos tropeçar depois de começarmos a caminhada, e voltarmos aos caminhos antigos? Será que é verdade que uma vez salvos somos sempre salvos?
Se olharmos para a igreja veremos muitas pessoas que acabam abandonando a fé. Alguns veem isso como um sinal de que aquelas pessoas perderam a salvação. Há ainda outros que pensam que se pecarem, algum pecado que eles considerem grave, perderam a salvação. Para pensarmos melhor sobre isso, devemos lembrar-nos do que já estudamos. Vimos até agora que tudo depende da Vontade de Deus, de modo que se considerarmos que o homem pode perder a salvação estamos dizendo que manter a salvação do homem depende da vontade humana apenas, e isso contraria tudo que já aprendemos. Não fomos nós que escolhemos seguir a Cristo, não dependeu de nós. Fomos salvos pela obra de Cristo somente, não por nossas obras para confiar de algum modo que nossa salvação dependesse de nós. Além disso, foi o próprio Deus que mudou nosso coração, nós não teríamos poder para fazer com que nosso coração de carne voltasse a ser um coração de pedra. Deus não faz nada pela metade “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completa-la até ao dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1.6). Deus irá completar a obra no seu povo “E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Romanos 8.30). Podemos estar certos de que nosso Deus “é poderoso para vos guardar de tropeços e vos apresentar imaculados diante de sua glória” (Judas 24). Cristo morreu pela sua igreja “para apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.” (Efésios 5.27). Podemos confiar naquele que nos diz “Com amor eterno eu te amei” (Jeremias 31.3) Podemos estar certos do cumprimento das promessas de Deus “Conservar-lhe-ei para sempre a minha graça e, firme com ele, a minha aliança. Farei durar para sempre a sua descendência; e, o seu trono, como os dias do céu. Se os seus filhos desprezarem a minha lei e não andarem nos meus juízos, se violarem os meus preceitos e não guardarem os meus mandamentos, então, punirei com vara as suas transgressões e com açoites, a sua iniquidade. Mas jamais retirarei dele a minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade. Não violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram.” (Salmo 89.28-34). “se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo” (2 Timóteo 2.13).
Com base em tudo isso, podemos ter certeza de que “uma vez salvos, sempre salvos”. Porém é necessário ter cuidado com muitos que falam isso como justificativa para viver no pecado, aqueles que foram salvos tem um novo coração, o Senhor promete que “Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei” (Jeremias 31.33). Cristo nos diz, “Se me amais, guardarei os meus mandamentos” (João 14.15). A verdadeira salvação é demonstrada por uma vida diferente e muitos que pensam que são salvos, na verdade nunca foram salvos.
Uma pergunta pode ficar, mas aqueles que abandonam a fé? O Apóstolo João nos responde isso “Eles saíram do nosso meio; entretanto não eram dos nossos; porque se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (1 João 2.19). Uma marca do verdadeiro cristão é a perseverança, e aqueles que foram escolhidos e salvos pelo próprio Deus, irão também permanecer pela obra d’Ele. A essa certeza de que aqueles que o Senhor salvou permanecerão até o fim, os teólogos dão o nome de “perseverança dos Santos”.
Há um texto muito usado para defender que o cristão pode perder a salvação, o texto é esse “É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram... ” (Hebreus 6.4-6). Num primeiro momento, esse texto parece estar falando de pessoas que foram salvas e caíram. Porém de certo modo as pessoas que participam de uma igreja se tornam participantes de certa forma do Espírito santo, podem ter visto ou até tido em sua própria vida um milagre, viram pessoas transformadas pela Graça de Deus, mesmo assim elas podem nunca ter sido salvas. O texto não menciona em nenhum momento que essas pessoas foram salvas. Continuando nesse texto (nos versos 7 e 8), o autor de Hebreus fala de dois tipos de solo um que produz erva útil e outro que produz abrolhos, sabemos pela parábola contada por Cristo que há a semente (Palavra de Deus) que cai na pedra que são as pessoas que “creem apenas por algum tempo e, na hora da provação se desviam” (Lucas 8.14). Com base nisso podemos entender que as pessoas que se desviam são como solo que produz abrolhos, também são como o solo rochoso da parábola contada por Cristo, que se desviam no momento de provação (o autor de Hebreus escreveu para cristãos que estavam sendo perseguidos). Portanto podemos entender que esse texto não defende que alguém possa perder a salvação, mas que nem todos que estão em uma igreja irão permanecer até o fim, muitas vezes é apenas o momento de perseguição que mostra quem são aqueles que “...venceram por causa do sangue do cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte não amaram a própria vida.” (Apocalipse 12.11).
Veremos na Bíblia muitas exortações para perseverarmos na fé, e podemos estar certos de que os filhos de Deus, escolhidos desde a eternidade, são aqueles que prestarão atenção nessas exortações porque As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem” (João 10.27).
Com conhecimento dessas coisas podemos dizer “Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 8.38-39).

Aplicação
Como poderíamos dormir tranquilos, se manter nossa salvação dependesse apenas da nossa vontade. Que desespero seria se dependêssemos de nós, pois “Maldito o homem que confia no homem” (Jeremias 17.5). Porém podemos descansar tranquilos, sabendo que a salvação depende dele “Bendito o homem que confia no SENHOR e cuja esperança é o SENHOR” (Jeremias 17.7). Descansar não significa ficar tranquilo para pecar, pois aqueles que foram salvos por ele o amam e por isso guardam os seus mandamentos, os eleitos são aqueles que vivem pela fé, sabendo que nada depende de suas forças, e que só tem motivos para louvar o nosso Deus na certeza de que para suas ovelhas “Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (João 10.28).


Autor: Ivan Junior

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