segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Pregação – Edificai Minha Casa


Pregação – Edificai Minha Casa

Texto Base – Ageu capítulo 1
Antes de meditarmos nesse texto queria compartilhar uma história do missionário K.P.Yoahannan:
Muitas igrejas têm se desviado para tão longe dos ensinamentos bíblicos que cristãos não podem explicar por que o Senhor nos deixou aqui na terra. Todos nós fomos chamados para um propósito. Alguns anos atrás quando eu estava no norte da Índia, um pequeno garoto com cerca de 8 anos me olhava enquanto me preparava para minha meditação matinal. Comecei a falar para ele a respeito de Jesus e fiz a ele várias perguntas.        
 

“O que você está fazendo?” Perguntei ao menino.   
“Estou indo pra escola,” replicou ele.   
“Por quê você vai à escola?”        
“Para estudar,” ele disse.  
“Por quê você estuda?”      
“Para ficar inteligente”.      
“Por quê você quer ficar inteligente?”    
“Porque quero conseguir um bom emprego.”   
“Por quê você quer um bom emprego?” 
“Para ganhar uma porção de dinheiro”.
“Por quê você quer ganhar uma porção de dinheiro?”                 
“Para comprar comida.”     
“Por quê você quer comprar comida?”   
“Para poder comer”.  
“Por quê você quer comer?”
“Para viver”.    
“Por quê você vive?” 

Nesse momento, o pequeno garoto pensou por um minuto, coçou sua cabeça, olhou-me no rosto e disse, “Senhor, por quê eu vivo?” Ele pausou por um instante em meio aos pensamentos, então deu sua própria e triste resposta, “para morrer!”. A questão é a mesma para todos nós: Por quê vivemos? Qual é o propósito básico de nós vivermos neste mundo, enquanto você proclama ser um discípulo do Senhor Jesus Cristo? É para acumular riqueza? Fama? Popularidade? Para satisfazer os desejos da carne e da mente? E como sobreviver e, ao final, morrer e ainda esperar ir para o paraíso? Não, o propósito de nossas vidas como crentes deve ser obedecer a Jesus quando Ele disse, “ Ide a todo o mundo, e pregai o evangelho..." Eis o que Paulo fez quando ele baixou seus braços e disse, “Senhor, o que queres que eu faça?” Se toda a sua preocupação é acerca da sua própria vida, seu trabalho, suas roupas, boas roupas para seus filhos, corpos saudáveis, uma boa educação, um bom emprego e casamento, então suas preocupações não são diferentes dos perdidos em Butão, Myanmar (antigo Burma), ou Índia.”       


Voltando ao nosso texto em Ageu, para o compreendermos, temos que compreender um pouco de história bíblica. O Povo de Israel pela sua desobediência foi levado cativo pelos babilônicos. Como Neemias bem lembra em sua oração “Se transgredires , eu vos espalharei por entre os povos” (Neemias 1.8). No ano 538 a.C.  o Rei Ciro, que tinha vencido os babilônicos, promulga um decreto, Ciro era um tipo de Rei que cria que devia dar certa liberdade aos povos para evitar rebeliões, nesse decreto ele liberta os judeus para voltarem a Jerusalém. Retornam aproximadamente 50 mil judeus, (muitos ligados ao templo). Nem todos os judeus voltaram a Jerusalém, alguns se acostumaram com a vida na Babilônia, e não tinham mais interesse por Israel.

Quando retornam a Jerusalém os judeus constroem o altar e os alicerces do templo. Então os samaritanos (povo que ficou em Israel e se misturou com outros povos), oferecem ajuda aos judeus. Os samaritanos serviam outros deuses, o povo foi mandado pro cativeiro por causa de sua idolatria, portanto os judeus negam a ajuda dos Samaritanos, e estes começam a conspirar contra a construção do templo, usando inclusive de artifícios políticos como uma carta endereçada ao rei Artaxerxes. Com tudo isso cessou a obra da Casa de Deus, ocorrendo uma letargia de 15 anos, e o povo acabou se acostumando a servir em ruínas.
O livro de Ageu traz quatro mensagens proclamadas no ano 520 a.C. em um período de 4 meses. Importante lembrarmos que Ageu pregou a pessoas que se importavam com Jerusalém, verdadeiros judeus que queriam voltar a terra prometida que tinha o sentimento do Salmo 137.1-6  Às margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião. Nos salgueiros que lá havia, pendurávamos as nossas harpas, pois aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções, e os nossos opressores, que fôssemos alegres, dizendo: Entoai-nos algum dos cânticos de Sião. Como, porém, haveríamos de entoar o canto do SENHOR em terra estranha? Se eu de ti me esquecer, ó Jerusalém, que se resseque a minha mão direita. Apegue-se-me a língua ao paladar, se me não lembrar de ti, se não preferir eu Jerusalém à minha maior alegria.
v.1 – Mensagem de Ageu a líder civil e a líder eclesiástico de Israel. Os líderes também se acostumaram com a situação da casa de Deus em ruínas. No Antigo testamento templo físico era um símbolo da presença do próprio Deus.
v.2 – O povo tinha um desculpa para não estar trabalhando na construção do templo. “não veio ainda o tempo”. É importante salientar que pelos artifícios políticos utilizados o próprio rei ordenou que as obras parassem, e talvez o povo esperasse o tempo em que eles fossem novamente autorizados. Porém o povo estava postergando a obra do Senhor.
v.3-4 – Ao mesmo tempo em que o povo dizia que “Ainda não chegou o tempo de reconstruir a casa do SENHOR” (v.2 NVI), eles moravam em casa de “fino acabamento”. A atitude deles demostrava que eles não priorizavam a Deus, enquanto cuidavam bem em edificar suas próprias casas. Atitude contrária a de Davi que diz Olha, eu moro em casa de cedros, e a arca de Deus se acha numa tenda.”.(2 Samuel 7.2)
v.5-6, 9-11 – Duas vezes Deus os exorta a considerai o vosso passado. Apesar de priorizarem cada um as suas próprias casas, ainda assim o povo nunca tinha o suficiente. É interessante notarmos que não é que o povo passasse fome ou dificuldades, isso não faria sentido sendo as casas deles de fino acabamento. Mas eles nunca tinham o suficiente. Não havia o suficiente para fartar-lhes nem para saciar-lhes. Eles tinham dinheiro, mas era como se eles colocassem em uma bolsa furada. O próprio Deus deixa claro que Ele mesmo os amaldiçoa de modo que eles nunca conseguirão aquilo que eles realmente esperam. Eles deixam a construção da casa do Senhor em segundo Plano, se dedicam mais em suas próprias casas, mas nunca conseguem o suficiente para poderem dizer agora chegou o tempo de construir a casa do SENHOR.
v.8 – “Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa” A ordem do SENHOR  é clara, Edificai a minha casa. Vocês podem olhar para vocês mesmos e perceber que eu tenho os amaldiçoado por edificarem suas próprias casas e deixarem a minha casa em ruínas, portanto Edificai a minha casa e por que isso? “Por que dela me agradarei e serei glorificado” Ainda que o povo fosse amaldiçoado por deixar em segundo plano o propósito de construção da casa do SENHOR o propósito dessa construção como todas as coisas era a Glória de Deus.
v.12 – Ao contrário do que acontecia com os profetas que profetizaram antes do exílio, o povo atende o pedido de Ageu. É importante notarmos que tanto os líderes como o povo atenderam e temeram diante do Senhor.
v.13 – Após o povo ouvir a voz de Deus, Deus os encoraja, assim como ele faz a todos que se dispõe a fazer a obra d’Ele. “Eu sou convosco, diz o Senhor” esse é o encorajamento de Deus. Deus faz o mesmo por exemplo com Josué, para prepara-lo como substituto de Moisés “O Senhor teu Deus, é contigo por onde quer que andares” (Josué 1.9). É importante notarmos algo, apesar de Deus exigir do povo a construção do templo, Ele estaria com eles mesmo sem o templo pronto, o que demonstra que o templo apenas simbolizava a presença de Deus, e o desprezo com o Templo era um desprezo com o próprio Deus.
v.14-15 – “O SENHOR despertou” interessante notarmos que ainda que a Palavra nos ensine que os lideres e o povo atenderam a voz do SENHOR, ainda assim isso porque foi Deus quem os despertou “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo sua boa vontade” (Filipenses 2.13)
Entendimento do templo em um contexto Neotestamentário.
O Templo era um símbolo da presença de Deus, ainda que a presença de Deus nunca estivesse limitada ao templo.
Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei. Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás? Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo.” (João 2.19-21)

Jesus nos ensina que Ele é o templo do Senhor, sendo o cumprimento da profecia do Emanuel o Deus conosco. Sendo Ele o verbo que se fez carne, por isso quem vê a Ele vê o Pai (ver João 14.9). Cristo ascendeu aos céus, e derramou do Seu Espírito que transforma a Igreja que é o Seu Corpo segundo sua Própria Imagem. Portanto a Igreja hoje (as pessoas e não o templo físico) são o Templo do Senhor. Podemos compreender que edificar o Templo do Senhor é trabalhar em prol da Igreja, tanto trabalhando em prol daqueles que já são parte do corpo como reunindo os demais eleitos para fazerem parte desse corpo.
Aplicação:
Primeiro gostaria de conversar com aquelas pessoas que estão trabalhando, estão edificando a Casa do Senhor (no sentido de trabalharem pelo Reino). Assim como aconteceu com o povo de Israel, que enfrentaram a oposição dos Samaritanos, certamente haverá oposição a qualquer trabalho feito pelo Reino. Certamente as pessoas o desencorajarão no trabalho, haverá inimigos, dificuldades e com tudo isso se torna complicado manter-se firme nesse trabalho.  Vemos que no mesmo momento que o povo atendeu a voz do profeta Ageu se levantando para o trabalho, Deus os encoraja dizendo “Eu sou convosco, diz o Senhor”. Cristo faz o mesmo tambémJesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mateus 28.18-20) Cristo ordena o trabalho como falamos anteriormente reunindo os eleitos (fazei discípulos) e depois trabalhando pela edificação deles (ensinando a guardar as coisas que vos tenho ordenado) e faz isso com a mesma promessa “eis que estou convosco”. A exortação do Senhor não é do tipo: “não haverá dificuldades”, “tudo será fácil”, mas “estou convosco” e “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8.31). Portanto não desanime no trabalho, se você tem trabalhado, examinando seu trabalho a luz das escrituras sabe que está agindo corretamente em seu trabalho, ainda que todos (mesmo dentro da Igreja) se levantem contra você, o desencorajem, o desanimem lembre-se que o próprio Deus nos diz “estou convosco”.
Segundo gostaria de conversar com aqueles que já fizeram parte do primeiro grupo, que já trabalharam ativamente edificando a casa do Senhor. Mas vieram as dificuldades, as oposições e então você acabou parando. Você sabe que precisa trabalhar mais, mas “não veio ainda o tempo”. Olhe para sua própria vida, você pode ter abandonado o trabalho pelo Reino, mas não abandonou os seus próprios interesses. Você continua investindo nos estudos, no trabalho, nos teus negócios. Apenas a Obra do Senhor ficou para trás. Olhe para sua vida, os teus negócios nunca prosperam a ponto de você poder dizer “agora estou tranquilo, posso descansar e me dedicar a obra do Senhor”, sempre há necessidade de estudar um pouco mais. Ou talvez você invista mais em seu próprio lazer, é necessário mais aquele hobby, mais aquele esporte, eu me estresso tanto e mereço um tempo só para mim. Pode ser que eu precise investir mais em mim para encontrar uma namorada(o). Mas sempre haverá o algo mais, não seja tolo de achar que chegará o dia em que terminará construção da sua própria casa.
Outra coisa interessante de se pensar é que Cristo fala da Igreja como sal da terra, o sal tem a função de evitar que um alimento apodreça. A Igreja evita que a sociedade apodreça em sua própria corrupção. Quando a Igreja deixa de ser sal todos sofremos com o caos em que o mundo acaba se tornando. Novamente digo para você olhar para si mesmo. Você constantemente reclama de como as coisas andam nesse mundo e do mesmo modo não trabalha para que as coisas sejam diferentes. Reclama que a Casa de Deus não tem feito diferença na sociedade, mas não trabalha pela edificação dela. A ordem do Senhor é clara “Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa” (v.8). Ou seja trabalhe pelo meu Reino, como disse Jesus “fazei discípulos” “ensinai a guardar todas as coisas”. Jesus não chama o seu povo para edificar cada um sua própria casa, nós não precisamos ser seus discípulos para fazer isso. Os perdidos de todo mundo já se preocupam com isso.  “Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas;” (Mateus 6.31-32).
Terceiro No início comentei que nem todos voltaram para Israel, eles eram Israelenses mas o coração deles era babilônico, porque como Paulo disse “Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus.”(Romanos 2.28-29). Talvez você não seja aquele que diz “não veio ainda o tempo” porque olhando verdadeiramente para si mesmo você nunca se preocupou realmente com a casa do Senhor, você como aquele menino Indiano vive para morrer. Ainda que você possa ser batizado, tenha feito profissão de fé, você não faz parte do verdadeiro “Israel de Deus” (Gálatas 6.16). A promessa feita aos patriarcas era “Na tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra;” (Gênesis 6.24). Isso se cumpre em Cristo, mas não em relação só aos cristãos, porque do mesmo modo a Igreja é um instrumento de benção (em certo sentido) mesmo para aqueles que não são cristãos, portanto ainda que você seja um inimigo do Senhor você vive das bênçãos d’Ele. A Igreja como sal também evita que você apodreça em toda sua iniquidade, e como luz evita que você ande em total escuridão. Era como se você tivesse de fora de uma casa bem iluminada, você não pode enxergar as coisas como quem está lá dentro, mas ainda assim você pode enxergar alguma coisa. Porém chegará o dia em que o joio será queimado e o trigo recolhido no celeiro (Ver Mateus 13.30), ou seja essa casa em que do lado de fora você poderia enxergar alguma coisa será tirada e você ficará em Trevas.
A vinda de Cristo como Templo é o cumprimento da promessa “E habitarei no meio dos filhos de Israel e serei o seu Deus.” (Êxodo 29.45). Mas nenhum impuro poderia ter acesso ao templo, num lugar cheio de pecado não é atoa que no nascimento de Cristo “não havia lugar para eles na hospedaria” (Lucas 2.7). Como alguém cheio de pecado como eu pode ter acesso ao Templo. Cristo não é somente o Templo, mas um sumo sacerdote “santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus, que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu.” (Hebreus 7.26-27) Em Cristo a justiça de Deus é satisfeita de modo que pecadores podem se aproximar do Pai, mesmo temdo constantemente o desprezado e Ele tem essa atitude “Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.” (Lucas 15.20).
Venha também se unir a Deus, se unir ao seu Povo e trabalhar em sua obra. Venha enquanto ainda é tempo.
Que Deus nos abençoe para que lembremos as Palavras do Nosso Senhor Jesus Cristo “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”(Mateus 6.33).
Amém. 

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